MOTIVAR

Todos os nossos Escuteiros!

Todos os dias, creio, levantamo-nos com o intuito de dar o melhor que temos dentro de nós, com o intuito de cumprir as tarefas que nos são propostas da melhor forma que sabemos. 

Isto porque somos gente que todos os dias espera que alguém reaja apreciando tudo aquilo que fizemos, o melhor que soubemos, o melhor que pudemos. Em muitos dos dias ninguém repara, e nada dizem. E nós seguimos em frente, porque cumprimos o nosso dever. 

Mas será que para nós basta saber que cumprimos o nosso dever, ou é importante também saber que o que demos é apreciado? E será que este seguir em frente é porque “tem de ser”, ou porque “gostamos que seja”?

Há uma diferença entre “o que tem que ser”, que deriva do curso normal das coisas e “o que gostamos que seja”, que é fruto da motivação que temos pelo reconhecimento que recebemos. 

É por isso que nós, Chefes de Escuteiros, não devemos permitir que aqueles que estão connosco façam “porque tem de ser”, mas sim porque têm “um gosto imenso em fazer”, e isto só é atingível se nós tivermos a capacidade e a humildade de demonstrarmos gratidão pelo contributo que cada um dá, ou melhor, reconhecimento pelos seus contributos.

Reconhecimento é um ato nobre de pagamento que podemos utilizar nos nossos agrupamentos: se pagarmos em reconhecimento tudo aquilo que os nossos Lobitos, Escuteiros ou Chefes dão aos nossos Agrupamentos, fazemos com que eles se sintam mais capazes, se sintam parte de um bem maior e assim ganhem mais força e motivação para construir o amanhã que se faz todos os dias.

Reconhecer atos e atitudes é relevar tudo aquilo que é feito de bom por cada um e ajudá-lo a fazer melhor o que não correu tão bem assim.  

Reconhecer é fazer saber que nada seria possível sem o contributo de todos, e que só com a motivação e contributo de cada um é possível alcançar sonhos que nunca pensávamos conseguir conquistar.

Reconhecer é dar um abraço, alargar um sorriso, comer um bolo e beber um café no fim de mais uma conquista ou de um passo dado em frente que só foram possíveis com a participação de todos.

É por isso que acho que só conseguimos motivar se tivermos um coração cheio de reconhecimento para que todos, todos os dias, tenham “um gosto imenso em fazer” e com isso contribuir para que o mundo, todos os dias, tenha pessoas melhores.

Sugestões

Dinâmicas de Adultos

Reconhecendo que o bem-estar de cada animador é essencial para poder continuar o seu caminho de serviço ao outro, é, para nós, muito relevante proporcionar aos animadores dos nossos agrupamentos momentos que promovam a comunicação, a relação, a partilha. 

Sair da esfera das equipas de animação para o envolvimento entre todos os animadores do grande grupo, que é o agrupamento, é o nosso foco principal. 

Neste sentido, partilhamos algumas práticas que consideramos adequadas: 

– Atividade exclusiva com animadores, normalmente de fim de semana em regime de acampamento/acantonamento, incluída no plano de atividades anual, Acanimação”; 

– Dinâmicas de um só dia, a iniciar com jantar e a terminar com partilha entre animadores; 

– Momentos de conversas espontâneas, pós Velada de Armas, à volta da fogueira com ceia partilhada; 

– Dinâmicas com os candidatos a dirigentes para partilha de experiências, esclarecimento de dúvidas. 

– Dinâmicas com Tutores locais para partilha da situação dos respectivos tutorandos, esclarecimento de dúvidas (incluindo o convite a formadores externos) 

Todas estas dinâmicas têm a participação do assistente, ajudando igualmente, o fortalecimento da área Espiritual, e, claro, com jantares, para alimentar o corpo.

Refletir e Agir: Motivar os adultos voluntários

Uma das estratégias que pode ser utilizada com vantagens para motivar os adultos é a formação interna nos agrupamentos.

Esta formação inicial, de acolhimento e contínua, deve ser assegurada nos agrupamentos de forma que os adultos sejam detentores de conhecimentos e competências que possam ser ampliadas e consolidadas nos momentos formais de formação (EI, IPE, FGPE, Módulo Marítimo, Formação Contínua etc.…)

O agrupamento é o local privilegiado para esta formação, pela proximidade, pelo conhecimento das características individuais de cada um, bem como das suas necessidades específicas.

Não é no IPE ou FGPE/Módulo Marítimo que os adultos vão aprender a montar uma tenda ou a aparelhar uma embarcação e se os nossos adultos não se sentirem confiantes não vão acampar nem entrar na água e assim serão menos as oportunidades educativas que proporcionamos.

Nestes momentos difíceis, de confinamento e incerteza, a motivação dos nossos adultos é prioritária. Esta formação vai proporcionar experiências e partilha de conhecimentos geradores de confiança que vão melhorar o trabalho que fazemos com os nossos escuteiros e irá contribuir para que todos se sintam enriquecidos e valorizados, logo, mais motivados.

Devem ser criados momentos para a partilha e formação dos nossos adultos, em agrupamento ou em secção, em que as EA partilham as suas experiências e conhecimentos. Esta formação/partilha pode ser efetuada com recursos do agrupamento ou convidados, deve ser pertinente e objetiva e ir ao encontro das necessidades para que seja eficaz.

Cada adulto no agrupamento, aspirante, noviço ou dirigente deve elaborar (e cumprir) um Plano Individual de Formação tendo em atenção as suas necessidades individuais e conjugar as mesmas com as necessidades da EA e do agrupamento por forma a melhorar os conhecimentos e competências individuais e coletivas. A Direção do Agrupamento deve estar atenta a estas necessidades e criar um ambiente motivador para a realização das mesmas.

No planeamento das actividades devem ser incluídos estes momentos de formação/partilha e assim todos podem participar. Estes momentos são de enriquecimento e motivação para os adultos, com reflexos positivos na vida das unidades e não devem ser encarados como “tempo” retirado às secções.

Aprendemos com a continuidade e repetição do que “sempre fizemos”, no entanto para aprendermos algo de novo, ou uma forma diferente de fazer, temos de entrar em rutura com esta continuidade e assumir uma atitude de permanente disponibilidade para aprender. Portanto, exatamente o mesmo que pedimos aos nossos escuteiros.